Eu como fã de Rock’n’Roll logicamente amo os filmes com a
temática. Alguns deles conseguem de uma forma incrível fazer com que eu me
sinta verdadeiramente entrando numa máquina do tempo e voltando aos anos 60-80.
Gosto desses filmes não só pelos sentimentos que me passam, mas porque também,
é uma forma de presenciar o que aconteceu sem ter vivido. Um dos filmes que
explora tudo isso de uma forma fantástica é “Quase Famosos” dirigido por
Cameron Crowe em 2000, que ainda impulsiona essas sensações por ser um filme praticamente autobiográfico.
No filme acompanhamos um pouco da vida de William Miller, um
garoto de 15 anos, fã de rock, que tem a
oportunidade de escrever para a revista mais importante dos Estados Unidos, a
Rolling Stone, acompanhando a turnê da banda fictícia Stillwater.
De abertura nos é mostrado um ponto da infância de William
muito importante, mostra a saída de sua irmã de casa, representando também, um
pouco da educação repressiva e insana da mãe de William, chegando até mesmo ao
ponto de mentir a idade do menino para que ele não “vivesse” a adolescência. A
irmã de William, Anita Miller (Zooey Deschanel) vai embora de casa e deixa sua
coleção de discos para o irmão, que os encontra em baixo da cama, dando
sequência a uma das cenas mais simbólicas do filme. Aí temos a transição para a
adolescência de William, agora com 15 anos, nos apresentando Lester Bangs (Philip Seymour Hoffman), que
realmente existiu, na época conhecido como o crítico musical mais influente dos
Estados Unidos. Lester Bangs, apesar de aparecer pouco, é um dos meus
personagens preferidos do filme. Ele representa o amor juntamente com a
insatisfação pelo rock. O filme se passa nos anos 70 e Lester
já falava que William havia perdido a época boa (hã?), se tornando uma espécie de
padrinho na estrada de William lhe falando e aconselhando sobre o mundo do rock e da carreira
de jornalista nesse meio.
William consegue uma oportunidade na Revista Rolling Stone e
vai acompanhar a turnê da banda Stillwater, a partir daí temos um verdadeiro
documentário sobre o cenário do rock nos anos 70, ao mesmo tempo em que
acompanhamos o início da carreira de William e consequentemente do diretor
Cameron Crowe, que também escreveu para a Rolling Stone e acompanhou turnês de
Bob Dylan, Neil Young, Led Zeppelin...
Durante o desenrolar da história vemos William ter
verdadeiro conhecimento sobre o mundo pelo qual ele era tão apaixonado,
conhecer as groupies, assim como se apaixonar por uma, Penny Lane (Kate Hudson), que também é baseada em uma paixão
do diretor. O filme meio que faz uma
interseção entre as vidas dos dois, acompanhamos os descobrimentos de William,
juntamente com a preocupação e remorso de uma mãe severa, os sentimentos de Penny e o
que havia por trás de uma roadie “libertina”.
As vidas dos dois cruzadas com a “curtição” dos primeiros anos do rock, a realidade
por trás dos bastidores dos shows, as disputas entre as bandas e seus
integrantes...
“Quase Famosos”, assim como todo filme com temática rock, tem uma
trilha sonora espetacular, assim como cenas épicas. Como a já falada cena de
transição de William com os discos, e a cena mais bela do filme, quando todos no ônibus cantam
em coro a música “Tiny Dancer” de Elton John, que ainda hoje me arrepio ao ver.
“Famosos” é muito mais do que um filme “de rock”. É uma
história sobre sentimentos, brigas, e acima de tudo, a história de um jovem
como você, ou como eu. É a história de um menino que descobriu o rock na
infância e quer “viver” falando sobre ele, que se entristeceu ao ver certas coisas
no meio. É a história de como jovens causaram transtorno em suas casas numa
época de quebra dos padrões. É também uma história sobre deuses imperfeitos,
sobre decepções amorosas, sobre desiludidos musicalmente (Lester Bangs). É uma história sobre música, é a história de uma época de gigantes.
O texto ficou meio sentimental demais, mas relevem...
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